terça-feira, 9 de setembro de 2014

Diário da saudade - Dia 14

Dia 14 - 09/09/14

*Para ler ao som de O Passeio da Boa Vista, da Legião.







Meu tão querido João,

Reparou que o título dessa carta é quase um palíndromo? 14-9-9-14. Os números estão auspiciosos. Como está auspiciosa a lua lá fora, a super lua a iluminar as superquadras. Não me canso de admirar. Gosto dessas coisas que nos devolvem à nossa dimensão de bichos da terra tão pequenos. A lua cheia, deslumbrante; os ipês amarelos que me arrebatam a cada viagem; a chuva que devolveu o frescor a Brasília, mesmo que por poucas horas. Um pouco dessa umidade ainda paira, mas os dias ainda são muito secos. Você, se estivesse aqui, estaria sofrendo.

Não vou falar da correria. Quero falar é das coisas inúteis, dos desobjetos, dos pequenos prazeres. Quero caminhar com você pelo parque que fica aí perto e do qual você sempre me fala. Não vejo a hora de passearmos juntos pela feirinha de sábado, de explorarmos a cidade, de mapearmos a nossa Manila - aquela dos afetos, dos espaços nossos.

Noto que a vida vai tomando rumo por aí. Você já recuperou a mala extraviada, já se adaptou ao fuso e já está até olhando um apê bacana pra gente morar com nosso filhote. Tempus tempora temperat, como diz você no seu Instagram.

Sinto falta de acordar ao seu lado, de ver debate eleitoral junto, de tentar ver filme antes de dormir e sempre acabar dormindo. Será que algum dia a gente termina de ver O Gato do Rabino? Acho que vamos terminar de ver com o Lipe. Anota isso.

Por aqui, espero. A hora de deixar minha cidade, de explorar novas paisagens, de estar de novo no seu abraço, de abraçar nosso filho.

Amor e saudade,

Dany



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