sexta-feira, 18 de setembro de 2009

presente é quando o acaso empurra um livro vermelho da estante


Há muito tempo quero deixar aqui um elogio ao livro Mania de Explicação, da Adriana Falcão. Comprei no começo do ano, quando estava passeando pela estante de livros infantis na Livraria Cultura em busca de um presente para a minha afilhada. Comprei um livro de princesa para ela e a poesia da Adriana Falcão para mim.

Eu já gostava muito da Adriana desde que li o Luna Clara e Apolo Onze numa sentada só. O livro é uma delícia, lindo, delicado, cheio de histórias e detalhes que só ela consegue pensar. Com o Mania de Explicação não é diferente: ela vai definindo os sentimentos de maneira lúdica e poética, pela voz de uma menina que tinha mania de explicar todas as coisas - "essa menina pensa que é filósofa, as pessoas diziam".

Aí, pelos olhos da menina que buscava uma explicação para cada coisa, ela vai explicando:

- Dedicatória é quando todo o amor do mundo resolve se exibir numa só frase;
- Irritação é um alarme de carro que dispara bem no meio do seu peito;
- Solidão é uma ilha com saudade de barco (essa, a minha favorita!);
- Saudade é quando o momento tenta fugir da lembrança pra acontecer de novo e não consegue;
- Pouco é menos da metade. Muito é quando os dedos da mão não são suficientes;
- Desespero são dez milhões de fogareiros acesos dentro da sua cabeça;
- Angústia é um nó muito apertado bem no meio do seu sossego;
- Preocupação é uma cola que não deixa o que não aconteceu ainda sair do seu pensamento;
- Sucesso é quando você faz o que same fazer só que todo mundo percebe;
- Antes é uma lagarta que ainda não virou borboleta
- Ansiedade é quando faltam cinco minutos sempre para o que quer que seja.
- Alegria é um bloco de carnaval que não liga se não é fevereiro (também adoro!)

- Amor é...bom, aí vocês vão ter que ler o livro para ver o que a menina que gostava de ficar pensando pensamentos concluiu sobre o amor!

Leitura-nuvem, cócegas, um carinho. Ler a Adriana Falcão é sempre uma delícia! Ah, sem falar nos episódios que ela escreve para a Grande Família. Morro de rir com a Nenê, alter-ego assumido da Adriana, super mãezona, cheia de perfeccionismos, ansiedades, coração. Um dia quero ser que nem a Adriana Falcão: espalhar palavras por aí, seja no teatro, tv, cinema ou estantes de livros infantis...

Ah, sim: esqueci de dizer que as ilustrações do livro, da Mariana Massarani, também são lindas!

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