Sem muito ânimo pra continuar o diário porteño agora, assim, de lógicacronológica de calendários. Sem muito ânimo pro carnaval, apesar da alma festeira. As ruas se enchem de orquestra e serpentina, mas me parece uma coisa que chega alheia, de fora pra dentro, como um esforço. Mas há sempre as máscaras.
O bloco passa na quadra ao lado e eu preparo meu corpo com as correspondências de Clarice. Em uma, ao então marido, escreveu das aventuras na fazenda e da impaciência, que tolices estaria dizendo? Ele respondeu, entre formalidades de diplomata:
Somente uma coisa me faria bem agora. Seria adormecer a cabeça no seu colo, você me dizendo bobagenzinhas gostosas pra eu esquecer a ruindade do mundo. Vou dormir pensando nisso.
Nossa correspondência começa agora, antes mesmo da máquina de escrever e da casa nova. Notícias da Chuva.
sábado, 2 de fevereiro de 2008
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