Logo, toda cultura científica deve começar, como será longamente explicado, por uma catarse intelectual e afetiva.
Gaston Bachelard, em A Formação do Espírito Científico.
Nada como ver, em uma frase, todo o seu processo interior passando feito filme curto. Desapaixonar-se, matar o objeto para afastar-se dele e haver uma nova nascitura, ser o próprio objeto, embeber-se dele, transformar uma garrafa mundana em uma garrafa já Garrafa pelo simples recorte-problema.
E eu querendo viver, estar na poesia, olhar a poesia, estar na própria verticalidade do mundo. Como Jano, entre dois rostos, a vigiar passagens tão antigas de mim. Diante do novo, a reorganização não se faz sem crise. Sigo, um olho para janelas, o outro para o caminho do pensamento científico. O coração ainda pendendo para a ausência de molduras do mundo.
4 comentários:
Vim aqui dar uma passadinha só porque, ao me lembrar daqueles dias maravilhosos na paulicéia, lembrei que também dá pra matar as saudades lendo quem também me lembra de, oras, dias maravilhosos na paulicéia. :)
E aí, como tá?
Proponho abolirmos o termo "recorte" das aulas, sob o risco de desfibrilamento e desbotamento das cores da palavra.
O ser-aí no mundo, estar apenas, sem molduras ou rótulos... o melhor é experimentar, sem restringir, desfazer a noção de objeto e sujeito, confundir-se e ser confundido... dois em um, um em dois... regressar à essência da poesia... lamber as gotas de mel que escorrem do favo e acompanhar as folhas secas que percorrem os quartos vazios de esperança... no filme-vida de personagens outros-eus que tocam a tela, amor interior projetado... em formato cinemascope.
grande abraço
vc é 10
vamos morar lá nos horizontes subterrâneos?
na ausência estratigráfica
nessa "devastidão" afetiva
"tudo bem calafetado"
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