*Para ler ao som de Pra Sonhar, do Marcelo Jeneci.
Amor meu,
Hoje o dia começou na correria. Fui para a minha aula de pilates e, saindo de lá, passei no supermercado para abastecer a casa - afinal minha geladeira só tinha goma de tapioca, água e gelo. Comprei frutas e um monte de coisas saudáveis. Voltei toda serelepe, feliz da vida com a alimentação saudável que eu teria até as compras acabarem. Mas a alegria durou pouco. Foi só entrar na quadra para lembrar que moro na comercial e que nunca, nunca, tem vaga. Estacionei longe pra caramba e aí veio a outra parte do pesadelo: carregar as compras até meu prédio. Depois de andar sob o sol dos dias mais quentes do ano, cheguei e...tcharã: o porteiro não estava por aqui e tive que subir os três lances de escada cheia de sacolas. É. Quando a gente acha que não pode piorar, barata voa. Cheguei exausta e, num momento Scarlett O'Hara, bradei: “Jamais morarei num prédio sem garagem e elevador novamente!”.
Respirei, guardei as compras e liguei para a Qatar para ver se conseguia descobrir o paradeiro da sua mala. Acho que avançamos. A moça que me atendeu disse que localizaram várias malas pretas entre Doha e Manila e vão checar se alguma bate com a sua. Oremos! Amanhã ligo novamente para monitorar.
À tarde, fui para o trabalho e contei as horas para falar com você via Skype. Essa é a melhor hora do meu dia, sabia? Conversamos sobre tantas coisas hoje, até sobre eleições, que eu consegui abstrair a nossa distância por alguns momentos. Parecia que você estava perto. Tão longe, tão perto.
E assim, no meio de tantos assuntos do dia-a-dia, você me disse que havia mudado o status de relacionamento no Facebook para "casado". Silêncio. Eu, que conheço a sua discrição nas redes sociais, ri e falei que, já que você tinha dado esse passo, só me restava casar com você também. E assim o fiz, de modo que consta nos autos do Facebook que, no dia 4 de setembro de 2014, Danyella Proença casou.
Na verdade, nos casamos bem antes. Nos casamos desde que vimos um no outro o companheirismo de que tanto gostamos. Desde que você me deixou um bilhete junto com o café da manhã e a chave da sua casa, dizendo que eu ficasse à vontade porque aquela era minha casa também. Desde que eu te dei a chave do meu carro quando você vendeu o seu.
Desde que passou a existir a conjugação do nosso. E o nosso plano de mudarmos juntos para Manila foi sacudido pela descoberta da quintessência dessa conjugação: teríamos um filho.
Fizemos oficialmente a nossa união estável no dia 7 de julho, dia do meu aniversário. Desde então, somos companheiros no papel. Lembro-me de ter passado algumas semanas confusa com o novo "título". Eu continuava a te chamar de namorado e você achava engraçado. Hoje, não sei mais do que te chamo. Acho que chamo amor. E isso me basta. Nesta palavra, cabem todos os nomes que acumulamos: namorados, companheiros, casados. Os pais do Lipe, com toda uma vida juntos para escrevermos a nossa história.
Apenas começamos.
Um brinde à nossa nova família!
Mil beijos,
Dany
Nenhum comentário:
Postar um comentário