quinta-feira, 6 de novembro de 2014

hoje eu quero fazer tudo por você

Chega trompete, chega tripé. A câmera veio antes. O sons são da cidade. Seus livros de história e relações internacionais ganham a estante que outrora abrigava minhas pequenezas e enfeites de viagens. Meus orixás, patuás, minha proteção. Meus livros de cinema ganham a estante central da sala, onde eu sempre imaginei suas coisas. Na verdade, tudo se entrelaça, agora que aprendemos o verdadeiro sentido de compartilhar.
Não são só os seus livros que abraçam os meus – economia ao lado dos quadrinhos do Liniers e Mafalda. É você que me acolhe nesta vida nômade, e eu acolho você ao deixar minha quietude brasiliense para aquietar você em todos os momentos de destempero.
Enquanto escrevo, você confere se todas as caixas foram entregues, conversa algo em inglês com os funcionários filipinos e dá uma última assinatura. Eu sou tomada por uma súbita doçura e penso como é bom poder alternar também os papeis na vida – poder baixar a guarda de quando em vez, enquanto você assume as providências práticas, sendo que momentos atrás era eu quem cuidava da parte chata enquanto você fazia outra coisa que precisava ser feita. Alternamos o passo tranquilamente nessa dança, sem fazer disso uma questão, e isso é lindo.
Os filipinos recolhem as caixas vazias e vão embora. O apartamento torna-se subitamente vazio e cheio de objetos e sonhos. Você me abraça, orgulhoso, e me chama para um café. Eu te chamo para um cafuné. E assim Manila nos dá, definitivamente, as boas-vindas numa manhã ensolarada de quinta-feira.


C

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