No fim de semana, fui pega de surpresa pela confirmação de que poderia entrevistar, mesmo que por telefone, o diretor Luiz Fernando Carvalho, "objeto" (odeio essa palavra) da minha pesquisa de mestrado. Foi assim: recebi a resposta de que poderia entrevistá-lo no mesmo dia em que a entrevista deveria acontecer. Eu, caórdica como sempre, fiquei oscilando entre a euforia de algo não programado e o desespero por não poder controlar tudo: não tinha lido e relido e trilido todas as perguntas que gostaria de fazer, não tinha me preparado psicologicamente para o dia tão esperado, não tinha planejado o que diria - não tinha simplesmente feito nada de especial.
Resolvi apostar no caos. Seria uma insensibilidade dispensar essa imagem nesse momento, logo ela que é tão central na minha dissertação. Ainda assim, comecei a conversa querendo controlar, estabelecer metodologias, regras para a nossa própria entrevista, que se daria em partes. Mas não fico frustada por isso, não. A passagem de um estado a outro nunca é tão rápida assim - estamos falando de uma vida em que lido constantemente com as polaridades entre controle e descontrole. Mas não é assim o universo? Devem ser ecos da minha porção do cosmos, eu e meus big bangs particulares.
A conversa foi ótima, como eu supunha, e esclareceu pontos importantes para a minha jornada (na academia e fora dela, porque as coisas nunca se separam, acredito).
De quebra, fui apresentada a essa lindeza aqui: Maya Plisetskaya em sua leitura de Carmen. Don de fluir...
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