sábado, 5 de fevereiro de 2011

Do coração aberto pra 2011

O registro é um pouco fora de hora, atrasado, mas é que só agora parei para revisitar meu blog. O fato é que começo 2011 muito feliz e em paz, bem diferente do que foi o ano passado - como podemos ver pelos textos aí embaixo. É que ciclos importantes foram fechados. Defendi minha dissertação de mestrado, fui aprovada, deixei de ler praticamente só livros teóricos e me joguei na literatura "puro deleite", ouvi mais música...e, finalmente, concluí o ciclo "Braxília". Esse talvez tenha sido o acontecimento mais importante de 2010, e certamente um divisor de águas na minha vida.

Braxília foi para mim a materialização da tal coragem de pertencer ao desconhecido, de que eu tanto falei na minha dissertação. Terminei o filme depois de anos de uma jornada muito intensa, de incertezas, de dúvidas, de inquietações, angústias, conflitos, medos. Mas o resultado valeu. O filme foi exibido no dia 26 de novembro, no 43º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. E só quem cresceu aqui sabe o que significa, afetivamente, estrear um filme no espaço sagrado de memórias do Cine Brasília. Além disso, que já é por si só um presente, a exibição foi linda e única e catártica: vários braxilienses se reconhecendo na poesia do Nicolas Behr. Palmas durante o filme, risos, todo mundo cantando junto Travessia do Eixão enquanto corriam os créditos...coisas que eu nunca vou esquecer!! Só essa sessão incrível já me foi mais que mil prêmios, mas os deuses acharam por bem me dar mais: Braxília levou três Candangos - melhor roteiro, melhor curta pelo juri popular e o prêmio especial do juri.

E foi assim, com o coração na boca, que 2010 caminhou para o fim e eu entrei em 2011. Para completar, saí de férias com o Igor e fomos para o Uruguai (com alguns dias na Argentina). E a viagem teve a combinação carro na estrada+mar, que é para mim uma polaroid da felicidade, coisas que me dão uma sensação incrível de liberdade, força e plenitude. Então comecei o ano renovada, fortalecida e com uma respiração diferente, cuja música ainda não decifrei. Pode ser um compasso de quietude, pode ser uma pausa para novos vôos, um interlúdio, ainda não sei. Sei que estou feliz nesse "durante". E isso me é tudo, agora :)

O mundo anda tão complicado...

Cada vez entendo menos tudo, e quero a leveza em vez da velocidade. Parece que sou atropelada por tudo o que acontece e que supostamente é importante e merece atenção, e amanhã já é outro dia.Ando questionando tudo, pareço uma edição ambulante da Vida Simples. Não é assustador pensar que acumulamos tanta coisa, muito mais do que precisamos?


Vejam o meu caso: 26 anos e tantos objetos que enchem uma quitinete inteira. Sem falar na memória, que me transborda. Lembrar é minha meditação. Minha conjugação: eu lembro. Imaginar a vida sem tudo o que construí e impregnei de significado leva a um vazio assustador. Mas precisei aprender a deixar coisas pelo caminho. A não ter medo desse vazio. Continuamos sendo tudo o que somos por meio das experiências associadas às coisas, mesmo que as coisas desapareçam. Não é isso? O que é essencial permanece, e como é um alívio entender isso, do fundo da alma!

18 dias no Japão

Foram 18 dias de sonho e muitas caminhadas pelo Japão. Começamos por Tokyo, onde ficamos por 4 dias. A ideia era entrarmos em contato com c...